Publicado por: Germano Araújo | 16/09/2009

Adeus, um dia nos encontramos…

lagrimas_de_saudadeCaros amigos,

No dia 01.04.2009 escrevi aqui sobre a saudade e no dia 24.06.2009 escrevi sobre ausência em decorrência dos vários comentários deste último e da morte do amigo Boy.  Hoje, infelizmente tenho que tocar nestes assuntos novamente devido a uma perda de magnitude indescritível do meu primo Alexandre.

Ele não foi só um primo, mas um irmão e sobretudo amigo, presente em todos os momentos de alegria e dissimulador da união da família. Confesso que é extremamente difícil para mim estar escrevendo sobre esta perda. É o mínimo que posso fazer nesse momento, pois sozinho aqui no Equador, não há muito o que fazer se não deixar escrito minha pequena homenagem.

Difícil de acreditar que uma pessoa tão jovem se vá de uma forma tão inesperada. Racionalmente sabemos que um dia, pela lei natural da vida, vai acontecer…

Perguntas do tipo, poque ele? porque tão cedo? porque dessa forma? Surgem numa fração de segundos. Prefiro acreditar que Deus o chamou para compor sua bancada de advogados celestes contra os males que há por vir, pois aqui no mundo terrestre, Alexandre, ou melhor, Curupas (como nós primos e amigos chamávamos) provou que a advocacia dos homens ele já a dominava com tamanha destreza e competência que não haveria mais o que desbravar.

Um dia o poeta escreveu: “É tão estranho, os bons morrem jovens assim parece ser…Vai com os anjos vai em paz…Até a próxima vez…”

Repito o que escrevi nos post do dia 24.06,  é indescritível o que se sente. É como se a vida não tivesse nenhuma lógica, pois a morte de alguém próximo a nós mata uma parte do nosso coração. A vontade que temos é a de poder buscar de alguma forma uma explicação, ou então, buscar algo que nos dê a certeza de que a vida continua. A dor que essa sensação de perda causa é quase intolerável, julgamos nós na altura, mas tudo se supera, tudo.

Ainda que nós “nunca” mais sejamos os mesmos, o fato de mudar não é torna-se pior. Pode parecer algum jargão de linguagem, mas a melhor coisa que podemos fazer a quem se foi é viver como ele gostaria que a gente vivesse.

Curupas

E é nesse pensamento que continuaremos a fazer…iremos viver como Curupas gostaria que a gente vivesse. Iremos aos encontros com os primos, as pescarias, a fazenda, andar a cavalo, enfim, vamos continuar fazendo exatamente o que fazíamos quando estávamos todos juntos em sua memória.

E termino reescrevendo um parágrafo do post do dia 01.04: Não é possível escrever com exatidão todo este cenário místico que nos transcede a saudade. Mas nesse entra e sai da memória, em que você não escolhe o fato, a pessoa, o momento ou o lugar, descobre-se enfim, que a vida, a cada instante ou melhor, a cada milésimo de segundo, deve ser celebrada.

Adeus Xande, meu primo, irmão e amigo. Um dia nos encontramos…

Saudades…

Germano Araújo.

 


Respostas

  1. inacreditavel….

  2. A alegria contagiante e desmedida.
    O andar dançante e apressado.
    O sorriso largo e constante.
    Um coração grande, irrequieto e acelerado
    Ô homem agoniado!

    Cresce antes do tempo
    Vive a seu modo e momento
    Brinca com todos, é seu talento
    Está em paz, é nosso alento.

    Desculpe minha singela poesia
    Quisera eu ter o dom que você tinha
    Para escrever-lhe com métrica e simetria
    A sua vida de amor e sabedoria.

    Ah, meu irmão, não quero te prender
    Você é bicho solto e anseia viver
    Mas dói, machuca a sua ausência
    Porém não te aflijas, continue feliz ao lado do Pai onde agora sentas.

    Xande, meu querido
    Irmão mais velho, primo e amigo
    Filho abençoado e gracioso marido
    Grande advogado, estaremos sempre contigo.

    Ô homem agoniado!
    Para onde vai tão alvoroçado?
    “É sede de vida, meu irmão.
    Não dá para esperar.
    Fiquem com Deus.
    Um abraço.”

  3. Parte de mim foi com ele no caixão.
    Parte de minha história de vida foi enterrada.

    Bruno, parabéns pela poesia. Não sou muito fã de poesia, mas essa sua tá do caralho. Você é foda velho.

  4. Parabéns pelo seu blog, e pela homenagem a “Xande”. De fato, o que estamos sentindo é algo inexplicável. Só quem ama “os seus” como a nossa família ama, pode entender. Beijos.

  5. Achei lindo,acabei de perder minha irmã,as vezes acho que não vou conseguir suportar de tanta saudade,faz 15 dias


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